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13 novembro, 2009

Da cor: Vermelha.

Vermelho nos lábios, nos laços e nos embaraços.
Para eles o vermelho tinha outro significado.
Era a tinta do seu rosto em dias de caça.
A cor da pena que torneava seus tornozelos.
O sangue que jorrava honrosamente em suas batalhas.
A semente que enfeitava o busto de suas amadas.

A transformação dos significados, dos seus significantes, dos seus signos.
A usurpação dos seus quereres, dos seus afazeres, dos seus cantares.
Roubaram-lhes a vida, a tina e as filhas.
De forma abrupta sugaram suas forças vitais.

- 'Pau-Brasil!'
Era tudo que aqueles vermelhos-brancos diziam.
Pobres de espírito, lhes faltava o essêncial: Alma.

Mal sabiam eles, que além deles, outros mais viriam.
Mais banidos, mais batidos, mais escravizados.
Eles estavam por chegar.
D'África vieram os vermelhos-pretos.

Esses vermelhos-amarelo-esverdeado.
Esses que hoje, chamam de BRASILEIROS.
Esses que hoje são tão brancos, tão índios, tão negros.
Esses TÃO que nada são;
Nada podem julgar;
Nada podem falar;
Nada podem repreender.
Tão são que eles podem resolver simplesmente amar.

Vermelho é o coração daqueles que tão são, e AMAM SER.
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Por Rafaela Ventura.

Para matéria: Cultura Baiana e Brasileira
Tema proposto: Etnicidade

5 comentários:

É Mermo disse...

Nota DEZ!!!!
Sem mais.

Thatiana Seixas disse...

Muito bom Rafalinda! Adorei o texto!

Anônimo disse...

CARALHO (perdoe-me)...
lindo por demais!Adorei essa sua veia.

"Esses vermelhos-amarelo-esverdeado.
Esses que hoje, chamam de BRASILEIROS.
Esses que hoje são tão brancos, tão índios, tão negros.
Esses TÃO que nada são;"

Ludi disse...

Sem dúvida nenhuma é o seu melhor texto até hoje, irmã.
Lindo, sensível, cheio de questões e intenções.
Pense numa irmã orgulhosa!

Thainá disse...

Muito bom!!!!!
Adorei.